Ciro Gomes admite possibilidade de nova candidatura e reacende debate interno no PDT
Ciro Gomes admite possibilidade de nova candidatura e reacende debate interno no PDT
Por Administrador
Publicado em 07/05/2025 11:48
POLITICA
O ex-ministro e ex-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou que pode rever sua decisão de se afastar das disputas eleitorais. A declaração foi feita à CNN Brasil e ocorre em meio às especulações sobre a formação de candidaturas para a eleição presidencial de 2026. “Não me considero candidato agora, mas posso […]

O ex-ministro e ex-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou que pode rever sua decisão de se afastar das disputas eleitorais. A declaração foi feita à CNN Brasil e ocorre em meio às especulações sobre a formação de candidaturas para a eleição presidencial de 2026.

“Não me considero candidato agora, mas posso ser tudo no futuro”, disse Ciro. A fala foi interpretada como um sinal de que o ex-governador do Ceará não descarta retornar à cena eleitoral, apesar de ter anunciado em 2022 que não concorreria mais a cargos públicos.

Ciro disputou as eleições presidenciais de 2022 pelo PDT e obteve 3,04% dos votos válidos, ficando em quarto lugar, atrás de Simone Tebet (MDB). Durante a campanha, posicionou-se como alternativa entre os então principais concorrentes, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

Desde então, tem mantido críticas recorrentes ao atual presidente Lula, o que tem sido interpretado por setores da política como uma aproximação indireta do discurso utilizado por apoiadores do ex-presidente Bolsonaro.

 

No plano partidário, o PDT enfrenta tensões internas desde o início de maio. Em 6 de maio, a bancada do partido na Câmara dos Deputados oficializou o rompimento com a base aliada do governo federal.

A decisão foi motivada pela saída de Carlos Lupi do comando do Ministério da Previdência Social, em meio a investigações sobre irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Apesar da substituição de Lupi pelo deputado Wolney Queiroz (PDT-PE), a mudança não foi bem recebida por parte dos membros da legenda. A substituição provocou descontentamento na bancada, que anunciou publicamente o afastamento do apoio ao governo. A nomeação de Queiroz foi feita diretamente pelo presidente Lula.

Diante da nova configuração no Executivo e das incertezas no plano eleitoral, o PDT ainda não definiu uma posição oficial para a eleição de 2026. De acordo com declarações à imprensa, o presidente nacional do partido, André Figueiredo, afirmou que o tema ainda não está em discussão. “Esse assunto ainda não está sendo discutido. Hoje, temos o ministro da Previdência Social do governo Lula”, declarou.

 

A legenda lançou Ciro Gomes como candidato em quatro eleições presidenciais: 1998, 2002, 2018 e 2022. No segundo turno de 2022, o PDT apoiou oficialmente Lula, apesar das divergências públicas de Ciro com o petista durante a campanha. Mesmo com o resultado inferior ao esperado no último pleito, lideranças do partido acompanham com atenção o desempenho de Ciro nas sondagens eleitorais recentes.

Segundo pesquisa Datafolha mencionada pela CNN, em cenários eleitorais simulados para 2026 sem a presença de Lula e Bolsonaro, Ciro aparece com vantagem sobre nomes como Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos). Em cenários que incluem Lula, no entanto, Ciro figura em terceiro lugar.

A possibilidade de retorno de Ciro ao centro do debate eleitoral depende de uma série de fatores, incluindo a definição do posicionamento do PDT em relação ao governo federal e o fortalecimento de alianças partidárias nos próximos meses. A expectativa é de que decisões mais concretas comecem a ser tomadas no início de 2026, conforme apontam dirigentes da legenda.

O movimento de Ciro reacende também a discussão sobre a viabilidade de uma candidatura que se coloque como alternativa a polos já estabelecidos no cenário político nacional.

 

A avaliação interna é de que seu nome ainda possui reconhecimento suficiente para liderar uma nova proposta política, desde que sejam superadas as resistências formadas após o desempenho da última eleição.

Até o momento, Ciro não oficializou qualquer pré-candidatura. A declaração de que pode “ser tudo” no futuro foi o primeiro sinal público de disposição para reconsiderar a decisão anterior de se afastar da política institucional. A manifestação ocorre em um contexto de reorganização interna no PDT, de realinhamento com o governo federal e de preparação do campo progressista para o ciclo eleitoral de 2026.

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