No Escurinho do Sistema, o Congresso Quer se Esconder !
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Por Administrador
Publicado em 28/08/2025 16:09
POLITICA
No Escurinho do Sistema, o Congresso Quer se Esconder !

No Escurinho do Sistema, o Congresso Quer se Esconder

Em meio a investigações do STF sobre o 8 de Janeiro e esquemas de corrupção, a Câmara dos Deputados acelera manobras para enterrar a transparência e buscar anistia para golpistas, enquanto o país sofre com retaliações econômicas.

Uma cortina de fumaça densa e urgente está sendo erguida no Palácio do Congresso Nacional. O objetivo de boa parte da bancada não é votar projetos para o desenvolvimento do país, mas, sim, criar um escudo protetor contra a Justiça e a opinião pública. A estratégia é perigosa: ressuscitar o “orçamento secreto”, articular a anistia para os envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 e, assim, tentar escapar das investigações que se avizinham.

O apagão de luzes começou com as emendas de relator-geral do Orçamento, declaradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2022 por sua falta de transparência. Agora, parlamentares articulam na calada da noite a volta do mecanismo, sob novas roupagens, como as chamadas “emendas pix” – liberações de verbas por meio de indicativos sigilosos, sem qualquer fiscalização social sobre o destino final do dinheiro público.

O medo que move essa manobra é tangível. As investigações do STF sobre o 8 de Janeiro avançam e escancaram as conexões entre financiadores dos acampamentos golpistas, articuladores dos bloqueios ilegais de estradas pela PRF para dificultar o voto e os políticos que incitaram a invasão e destruição dos Três Poderes. O inquérito já atingiu militares do alto escalão do governo Bolsonaro e não poupará os mandatos que deram suporte à tentativa de golpe.

A fuga para a anistia é, portanto, uma questão de sobrevivência política para muitos. A proposta, absurda, visa perdoar crimes gravíssimos: não apenas a depredação do patrimônio público, mas a organização de uma tentativa de golpe de Estado e as investigações que apontam para tentativa de assassinato contra o Presidente da República, o Vice-Presidente e um Ministro do STF.

Enquanto isso, o Brasil colhe os frutos podres dessa política irresponsável no exterior. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que abandonou seu mandato em Janeiro de 2025 para atuar nos Estados Unidos, transformou-se em um lobista anti-Brasil. Suas articulações são creditadas como uma das causas diretas da taxação de 50% sobre produtos brasileiros pelo governo norte-americano, medida que já causa demissões em cadeia e aprofunda a crise econômica. A retaliação inclui ainda o veto a vistos de autoridades brasileiras, incluindo ministros do STF, e ameaças constantes com a aplicação da Lei Magnitsky.

O que se vê é um cínico acordo às custas da democracia brasileira: a anistia interna para os golpistas em troca do cessar-fogo das retaliações econômicas externas. É o Congresso tentando negociar a impunidade para crimes contra o Estado Democrático de Direito.

A população, ainda que bombardeada com desinformação, começa a conectar os pontos. O mesmo sentimento de revolta que levou às ruas em 2013, no Mensalão e no Petrolão, está sendo reacendido. Desta vez, porém, o alvo não será uma operação que nasceu com vícios como a Lava Jato. A nova insatisfação popular pode dar origem a algo muito mais direto e devastador: uma Operação Lava-Congresso.

O povo vai às ruas não para resgatar um fantasma do passado, mas para exigir a prisão de deputados e senadores que, envergonhados, temem a luz da transparência e o rigor da Justiça. Se são inocentes e honestos, por que tamanho pavor da investigação?

Como bem lembra o professor Stallone Ribeiro, a verdade é o único caminho para a liberdade: “Conhecereis a Verdade e ela te libertará” (João 8:32). O Congresso Nacional, ao escolher se esconder na escuridão, está apenas adiando o dia em que a luz, inevitavelmente, vai entrar. E essa luz virá da pressão de um país que já não aceita mais negociar sua democracia na obscuridade.

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