O caos já está estabelecido
O caos já está estabelecido
Por Administrador
Publicado em 19/08/2025 09:23
Pinga-fogo
O caos já está estabelecido

Foi-se o tempo em que os brasileiros costumavam levar a sério aquele ditado com raízes no ensinamento bíblico segundo o qual "o trabalho enobrece o homem". E que ninguém ouse debitar toda culpa à suposta "esquerda", pois a suposta "direita" só fez piorar este cenário quando teve a oportunidade de governar o País, tudo em nome de uma igualmente suposta política social que, na verdade, virou um modelo eficiente de compra legal do voto.

Reiteramos várias vezes neste espaço que o Bolsa Família é um programa acima de tudo necessário, na medida em que nenhum trabalhador está livre de se ver sem emprego e sem um mísero tostão no bolso para matar a própria fome e a de seus familiares. Mas sempre criticamos, e não arredamos pé disso, a falta de critérios adequados para sua aplicação, em especial o fato de não exigir qualquer justa contrapartida dos beneficiários, que crescem de forma avassaladora pelo simples fato que deles não se cobra qualquer compromisso de qualificação para retornar ao trabalho formal depois de um determinado prazo.

Isso gerou um verdadeiro caos na relação trabalho formal x Bolsa Família, conforme dados oficiais atualizados há menos de um mês. Hoje, nada menos que dez Estados possuem mais beneficiários desse programa do que empregados com carteira assinada. O pior cenário é o do Maranhão, onde há 521,6 mil pessoas a mais sustentadas pelo Bolsa Família do que formalmente empregadas. Esse déficit também existe no Pará (294,7 mil), o Piauí (193,5 mil), Bahia (185,4 mil), Paraíba (119,6 mil), Alagoas (61,7 mil), Amazonas (51, 6 mil), Amapá (21, 9 mil), Sergipe (16, 6 mil) e Acre (15, 4 mil).

Pode-se dizer, portanto, que, em maior ou menor medida, boa parte do sustento dos moradores dessas unidades da Federação vem do suor dos trabalhadores das outras 17.

Em tempo: no Paraná há 3,314 milhões de pessoas com carteira assinada, contra 569 mil beneficiários do Bolsa Família. Nesse cálculo, portanto, nosso Estado tem um saldo positivo superior a 2,7 milhões, só superado por Minas Gerais (3,5 milhões) e São Paulo (12,3 milhões), que possuem populações muito maiores. (Foto: Lyon Santos/MDS)

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