Cinquenta pequenas cidades paranaenses terão a oportunidade de aperfeiçoar os projetos para captação de recursos públicos dentro do Programa Mais Engenharia, que promoveu um encontro dos prefeitos dos municípios selecionados nesta semana, em Foz do Iguaçu. A iniciativa é da Itaipu Binacional em parceria com o Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) e a UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa).
"Junto com o governo federal, nós temos condições e recursos para financiar bons projetos. Mas esses projetos não estavam chegando, porque a maioria dos municípios pequenos não possuem profissionais qualificados para fazê-los. O programa atua nesse gargalo. Não se trata apenas de cursos técnicos de engenharia, mas de uma visão sistêmica de como funciona uma cidade", afirmou o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri.
De acordo com o diretor administrativo da binacional, Iggor Rocha, todas as oportunidades de melhorias dos projetos de infraestrutura estão sendo dadas e, agora, cabe aos gestores municipais se prepararem para participar dos editais públicos. "O sucesso do Mais Engenharia passa pela capacidade dos municípios conseguirem a captação de recursos", disse Iggor, citando também o Guia Prático para Elaboração de Projetos, disponível no site do Ministério das Cidades, outra ferramenta para elaboração de projetos.
Participaram da seleção do Mais Engenharia 167 municípios paranaenses, ou 41,85% das cidades do Estado. Foram selecionados 50, sendo levado em consideração aqueles de menor IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal). Serão fornecidas 50 bolsas de especialização em "Gestão Pública em Engenharia e Desenvolvimento Sustentável" aos profissionais de engenharia, além de outras 50 bolsas para estagiários.
"É inadmissível o poder público ter recursos, mas os municípios não conseguirem oferecer projetos para executá-los. O Mais Engenharia vem para isso, para colocar profissionais capacitados nas prefeituras que possam desenvolver projetos e, assim, os governos municipais buscarem financiamento, por meio de emendas parlamentares ou pelos governos estadual e federal, para dar melhores condições aos cidadãos", comentou o presidente do Crea-PR, o engenheiro agrônomo Clodomir Luiz Ascari.
O CURSO
As aulas do curso de especialização serão ministradas pela UEPG e devem começar em 1º de outubro. Serão 480 horas, ao longo de 24 meses, com a participação de 16 professores, um por disciplina, além de 50 orientadores dos trabalhos de conclusão de curso. As inscrições por parte dos engenheiros dos municípios selecionados já estão abertas no site do Crea-PR e se encerram no dia 19 de agosto. Os candidatos devem ter no mínimo três anos de formação no curso de Engenharia Civil e ter o registro no Confea/Crea. (Foto: Rubens Fraulini / Itaipu Binacional)