Paraná já vende para a China 5 vezes mais que para os EUA
Paraná já vende para a China 5 vezes mais que para os EUA
Por Administrador
Publicado em 15/08/2025 08:38
AGRO
Paraná já vende para a China 5 vezes mais que para os EUA

Novo estudo da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná) sobre o mercado exterior aponta que o Paraná possui alternativas sólidas para compensar, sem grande demora, as perdas decorrentes do tarifaço norte-americano sobre produtos brasileiros. Enquanto o último estudo publicado pela Federação alertou que US$ 735 milhões em exportações aos EUA estão em risco, a nova análise dos fluxos comerciais do primeiro semestre de 2025 revela que US$ 3,5 bilhões já fluem para a China. Em outras palavras: os chineses já compram do Paraná cinco vezes mais que os norte-americanos, diferença que pode crescer ainda mais.

Baseado em dados oficiais do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o levantamento identificou os dez mercados emergentes com crescimento mensal consistente nas importações de produtos paranaenses. A China se destaca como o principal destino, representando sozinha quase metade das exportações do Estado, seguida por Argentina (US$ 878 milhões) e outros parceiros estratégicos na Ásia e América Latina.

 

PROTAGONISMO

A análise de tendências mensais confirma que a China apresenta o maior coeficiente de crescimento entre os destinos das exportações paranaenses nos seis primeiros meses deste ano. O país asiático importa principalmente soja (US$ 2,9 bilhões), carnes e miudezas comestíveis (US$ 313 milhões) e pastas químicas de madeira (US$ 91 milhões), demonstrando apetite por commodities agrícolas e produtos florestais. Enquanto os EUA impõem barreiras, a China oferece demanda crescente e diversificada, aponta a análise.

O estudo revela diferentes padrões de diversificação por setor, demonstrando que o agronegócio paranaense mantém forte resiliência nos mercados internacionais. A China consolidou-se como principal importadora de soja paranaense, enquanto a Índia emerge como grande compradora de óleo de soja, movimentando US$ 252 milhões no primeiro semestre. A Argélia, por sua vez, representa uma nova fronteira para os açúcares paranaenses, com US$ 134 milhões em importações, evidenciando o potencial do mercado africano para commodities brasileiras.

No curto prazo, o estudo recomenda acelerar a entrada de produtos madeireiros na China e explorar nichos em mercados asiáticos para compensar perdas americanas no setor florestal. A presença limitada desses produtos nos mercados emergentes representa tanto um desafio quanto uma oportunidade inexplorada.

Para o médio prazo, a estratégia passa por fortalecer parcerias automotivas com Argentina e Colômbia, expandindo gradualmente para outros países latino-americanos. Simultaneamente, recomenda-se desenvolver canais comerciais na África, utilizando a Argélia como porta de entrada para o continente, especialmente para commodities agrícolas.

A visão de longo prazo envolve consolidar a posição paranaense na Ásia através de Índia, Indonésia e outros mercados com alta demanda por commodities e produtos industrializados.

O estudo ainda recomenda políticas públicas específicas para aproveitar o momento como facilitar acesso a crédito para expansão em novos mercados, missões comerciais para países emergentes identificados, e programas de capacitação para adequação de produtos às demandas de possíveis novos mercados em expansão, como os países asiáticos e africanos. (Foto: Portos do Paraná)

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