Uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para auxiliar as empresas mais impactadas, o adiamento por 12 meses do prazo para que as empresas consigam exportar mercadorias que tiveram insumos beneficiados pelo chamado "deawback", crédito tributário para desonerar as vendas ao exterior e o adiamento da cobrança de impostos para aquelas mais afetadas, prática que já havia sido adotada por ocasião da pandemia da Covi-19.
E mais: crédito tributário (valores a abater em impostos) para desonerar suas vendas ao exterior, novas alíquotas (até 3,1% para as grandes e médias e até 6% para as micro e pequenas), mais acesso a seguro de exportação e autorização para venda de produtos alimentícios ao poder público (União, estados e municípios).
Essas foram as medidas anunciadas nesta quarta-feira (13) pelo governo federal, em socorro aos setores afetados pelo tarifaço do governo dos Estados Unidos, que elevou em mais 50% a taxação das mercadorias importadas do Brasil. A condição para tanto é que os empregos atuais sejam mantidos.
DISCURSOS
O plano, chamado Brasil Soberano, consta de Medida Provisória assinada próximo do horário do almoço e veio acompanhado de pronunciamentos acalorados. "O Brasil está sendo sancionado por ser mais democrático que o seu agressor. É uma situação inédita e muito incomum no mundo. Um país que não persegue adversários, não persegue a imprensa, não persegue escritórios de advocacia, não persegue universidades, não persegue imigrantes legais ou ilegais está sujeito a uma retaliação injustificável do ponto de vista político e econômico", disparou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
"Os nossos amigos americanos, toda vez que resolvem brigar com alguém, eles tentam criar uma imagem de demônio contra quem eles querem brigar", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Se ele [Donald Trump] tivesse conhecido a verdadeira história, ele estaria dando parabéns à Suprema Corte brasileira por estar julgando alguém que tratou de bagunçar a democracia brasileira", completou, referindo-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro. (Foto: José Cruz/AGBR)