SÃO PAULO (Reuters) - A esperança de que Estados Unidos e China possam avançar nas negociações sobre a guerra tarifária abriu espaço para a queda do dólar ante várias divisas nesta sexta-feira, incluindo o real, no retorno de feriado no Brasil.
Em um dia de liquidez menor, o dólar à vista fechou em baixa de 0,36%, aos R$5,6561. Na semana -- encurtada pelo feriado do Dia do Trabalho na quinta-feira -- a divisa norte-americana acumulou recuo de 0,60%.
Às 17h26 na B3 o dólar para junho -- atualmente o mais líquido -- cedia 0,26%, aos R$5,6890.
Principal evento da semana, a divulgação do relatório de empregos payroll pela manhã sugeriu que a economia dos EUA ainda está longe da recessão. O país abriu 177.000 vagas de emprego fora do setor agrícola em abril, após 185.000 em dado revisado para baixo em março.
Apesar da desaceleração, o número de abril foi melhor que os 130.000 empregos da mediana projetada entre os economistas consultados pela Reuters, com estimativas variando entre 25.000 e 195.000 vagas. A taxa de desemprego dos EUA se manteve estável em 4,2%.
Os números deram força às taxas dos Treasuries, mas a moeda norte-americana se apegou mais à perspectiva de um acordo entre Estados Unidos e China.
O país asiático disse que está “avaliando” uma oferta dos EUA para manter conversações sobre as tarifas de 145% do presidente norte-americano, Donald Trump. Segundo o Ministério do Comércio da China, os EUA entraram em contato para buscar conversações sobre as tarifas, e Pequim está de portas abertas para discussões.
Embora nada palpável tenha sido anunciado, investidores se agarraram à possibilidade de acordo e foram em busca de ativos de maior risco, como ações de empresas nos EUA e moedas de países emergentes, como o real.
Às 10h54 o dólar à vista atingiu a cotação mínima de R$5,6763 (-0,88%).
Além do fator externo, a pressão de baixa na relação dólar/real também pareceu refletir a entrada recente de recursos no Brasil. Profissionais ouvidos pela Reuters nas últimas semanas -- incluindo nesta sexta-feira -- vêm pontuando que o país tem recebido grande volume de investimentos estrangeiros, em especial para a renda variável.
Por trás disso está a leitura de que há oportunidades em portfólio no Brasil -- onde a taxa básica Selic está em 14,25%, com perspectiva de alta de 50 pontos-base na próxima semana, e o câmbio segue favorável para o estrangeiro que quer investir, ainda que o dólar esteja abaixo dos R$6,00.
Na próxima semana, as atenções estarão voltadas para as decisões sobre juros tanto do Banco Central do Brasil quanto do Federal Reserve -- nas primeiras decisões desde o “Dia da Libertação” do presidente dos EUA, Donald Trump, em 2 de abril, quando ele anunciou uma série de tarifas contra seus parceiros comerciais.
Às 17h25 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,11%, a 100,030.
Contrato |
Fechamento (R$/US$) |
Variação (%) |
Junho/25 |
5.691,00 |
-0,23 |
Julho/25 |
5.728,00 |
-0,23 |
Ver históricoAtualizado em: 02/05/2025 |
Contrato - Mês |
Valor |
Variação (Pontos) |
Junho/25 |
99,840 |
-0,214 |
Setembro/25 |
99,470 |
-0,259 |
Dezembro/25 |
99,130 |
-0,259 |
Ver históricoAtualizado em: 02/05/2025 |
Vencimento |
Pontos |
Variação (%) |
Junho/25 |
137.045 |
-0,07 |
Agosto/25 |
139.525 |
-0,07 |
Ver históricoAtualizado em: 02/05/2025 |
Fonte: Banco Central do Brasil
Tipo |
Taxa ao ano |
Selic - Meta |
14,25% |
Ver históricoAtualizado em: 02/05/2025 |